quarta-feira, 23 de abril de 2014

Natal terá ‘Observatório da dengue’...

No próximo mês, a população de Natal deverá ter acesso a uma nova ferramenta no combate à dengue. Por meio da internet, seja em computadores, tablets ou smartphones, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) vai receber denúncias de focos do mosquito transmissor, bem como de suspeita de infecção.  O projeto foi idealizado pelo epidemiologista Ion de Andrade, do Departamento de Atenção Básica da SMS e foi desenvolvido em uma parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e a Telessaúde Brasil.


Em muitos bairros de Natal, o problema é o acúmulo de recipientes e pneus que podem acumular água e proliferar larvas do Aedes


A proposta é inovadora e está voltada, em princípio, apenas para a capital. De acordo com os responsáveis, o aplicativo é o primeiro do tipo no Brasil, e será apresentado futuramente ao Ministério da Saúde. Em posse  dele, a população poderá, em pouco segundos, fazer denúncias relacionadas a focos ou suspeitas da doença, enviando inclusive fotos. Para tanto, basta entrar no site (cujo endereço ainda não foi definido) ou no aplicativo disponível para os mais diversos sistemas, e fazer um cadastro informando nome, e-mail e o endereço objeto da denúncia. 

Com as devidas confirmações por parte dos agentes do município, serão feitos trabalhos de combate e prevenção ao foco e à doença. “Isso vai facilitar o mapeamento epidemiológico, que hoje é muito difícil de ser feito. Muitos casos não são notificados, principalmente os mais leves, e as pessoas não procuram atendimento. Assim há uma sub-notificação. Isso acaba sendo um problema”, afirma Ion Andrade. 

De acordo com o professor Ricardo Valentim, que coordena o Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (LAIS), da UFRN, a SMS vai receber as notificações em tempo real e os agentes de endemias, ou de saúde, dependendo do tipo de denúncia, serão encaminhados ao local para apurar a situação. “Em Curitiba existe um aplicativo em que as pessoas dizem onde tem um foco, mas não há qualquer contrapartida do poder público. Nesse aqui, existe uma notificação e uma resposta eficiente”, coloca. 

 Com o projeto em andamento, o tempo de combate à doença deverá ser reduzido. “Entre a descoberta e o tratamento do foco, geralmente são 45 dias, enquanto o mosquito eclode em sete. Ou seja, quando há o combate, quem está sendo combatido é o tataraneto daquele primeiro”, exemplifica Valentim. O Governo do Estado também já teria procurado a UFRN para conhecer o projeto. “Estamos abertos a prefeituras e Estados que estejam interessados”, destacou. 

O epidemiologista Ion de Andrade afirma que a ideia surgiu durante um seminário sobre os planos de contingência  no combate à dengue nas cidades-sede da Copa do Mundo.  Foi ai que ele procurou a UFRN. “Com a população aderindo, vai ser possível enxergar no mapa a concentração dos focos”, destaca. A população poderá destacar no mapa o local, porém, não terá acesso ao mapa com todas as denúncias, que será exclusivo ao poder público.  

O LAIS desenvolve uma pesquisa na área desde março do ano passado e começou a execução neste ano. O aplicativo, faz parte de um projeto mais abrangente, que é o Observatório da Dengue. A ideia é que os relatórios das visitas dos agentes também sejam feitos através da internet, mas ainda não há previsão de data para as melhorias. 

De acordo com o coordenador  Programa Municipal de Combate à Dengue, Lúcio Pereira, o município conta com 382 agentes. Cada um é responsável por regiões de 800 a 1000 casas e trabalham com ciclos bimestrais de visitação. Até agora, de acordo com ele, não houve nenhuma reunião ou treinamento dos agentes para o ingresso no novo sistema. A data de lançamento do  aplicativo ainda não foi definida. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, no ano passado houve registro de 4.378 casos suspeitos na capital.

Números
45 dias é o tempo que se leva, em média, entre a descoberta e o combate ao foco do Aedes Aegypti. Ele deverá ser reduzido com o uso do aplicativo 
7 dias é o prazo médio de eclosão do ovo do mosquito 
382 é o número de agentes epidemiológicos de Natal
4.378 foram os casos suspeitos notificados em 2013

Está na hora de Nós também termos mais cuidados pois em breve estamos aguardando período de chuvas e ai é onde mora o perigo vamos continuar sendo vigilantes ao que se refere a essa PRAGA...

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